Olá, eu sou o Dr. Rodrigo Braz, médico urologista, especialista em cirurgias minimamente invasivas e neste artigo vamos falar tudo sobre bacteriúria.
A bacteriúria, ou presença de bactérias na urina, é um achado comum em exames laboratoriais. No entanto, nem sempre indica uma infecção ativa ou a necessidade de tratamento. Entender o que é quando se preocupar e como a urologia moderna pode ajudar é fundamental para a sua saúde. Vamos explorar este tema a fundo, com dados estatísticos relevantes e um olhar para as opções de tratamento disponíveis.
O Que É Bacteriúria?
A bacteriúria é definida como a presença de bactérias na urina em uma quantidade significativa. Para ser considerada, o exame de urina (urocultura) deve apresentar um número de colônias bacterianas igual ou superior a 100.000 unidades formadoras de colônias por mililitro (UFC/mL).
Existem duas situações principais em que a bacteriúria pode ocorrer:
- Infecção do Trato Urinário (ITU): Nesse caso, a bacteriúria está associada a sintomas como dor ou ardência ao urinar (disúria), necessidade frequente de urinar (polaciúria), urgência para urinar, dor na parte inferior do abdômen ou nas costas, urina turva ou com sangue (hematúria).
- Bacteriúria Assintomática (BSA): Nesse caso, a pessoa tem, mas não apresenta nenhum sintoma de infecção.
Quando a Bacteriúria Requer Tratamento?
Nem sempre requer tratamento. Em alguns casos, o corpo pode combater as bactérias por conta própria, especialmente se a pessoa estiver bem hidratada e tiver um sistema imunológico forte. No entanto, em algumas situações, o tratamento com antibióticos é necessário para evitar complicações.
O tratamento da bacteriúria é recomendado nas seguintes situações:
- Gestantes: A bacteriúria assintomática na gravidez pode levar a complicações como pielonefrite (infecção renal), parto prematuro e baixo peso ao nascer.
- Pacientes Submetidos a Procedimentos Urológicos Invasivos: A bacteriúria antes de procedimentos como cistoscopia, ressecção transuretral da próstata (RTU-P) ou cirurgias urológicas pode aumentar o risco de infecção pós-operatória.
- Pacientes Imunocomprometidos: Pessoas com sistema imunológico enfraquecido, como transplantados, pacientes com HIV/AIDS ou em tratamento com quimioterapia, têm maior risco de desenvolver infecções graves a partir da bacteriúria.
Em geral, a bacteriúria assintomática não é tratada em mulheres não grávidas, homens, idosos e pacientes com cateter urinário de longa permanência, a menos que apresentem sintomas de infecção.
O diagnóstico é feito através de exames de urina, incluindo:
- Exame de Urina Comum (EAS): Avalia a presença de leucócitos (células de defesa), nitrito (um indicador de presença de bactérias) e outros elementos anormais na urina.
- Urocultura: Identifica o tipo de bactéria presente na urina e testa a sensibilidade aos antibióticos, permitindo a escolha do tratamento mais eficaz.
Tratamento da Bacteriúria
O tratamento geralmente envolve o uso de antibióticos prescritos por um médico. A escolha do antibiótico deve ser baseada na sensibilidade da bactéria identificada na urocultura. É importante seguir as orientações médicas e tomar o medicamento pelo tempo determinado, mesmo que os sintomas desapareçam antes.
Em casos de bacteriúria recorrente, a urologia moderna oferece abordagens inovadoras para identificar e tratar as causas subjacentes, como:
- Cistoscopia: Exame que permite visualizar o interior da bexiga e da uretra, identificando possíveis anormalidades, como estenoses, cálculos ou tumores.
- Ultrassonografia e Tomografia Computadorizada: Exames de imagem que auxiliam na identificação de problemas renais ou do trato urinário que possam predispor à bacteriúria.
- Tratamentos Minimamente Invasivos: Correção de estenoses uretrais, remoção de cálculos renais e tratamento de outras condições que possam favorecer.
Algumas medidas simples podem ajudar a prevenir a bacteriúria:
- Beba bastante água (pelo menos 2 litros por dia).
- Não segure a urina por longos períodos.
- Lave a região genital com água e sabão neutro após as relações sexuais.
- Mulheres devem urinar após o ato sexual para eliminar possíveis bactérias.
- Evite o uso excessivo de duchas vaginais e produtos de higiene íntima perfumados.
- Considere o uso de suplementos de cranberry, que podem ajudar a prevenir infecções urinárias recorrentes.
Dados Estatísticos Relevantes no Brasil
- A prevalência de bacteriúria assintomática varia de 2% a 10% em mulheres adultas.
- A bacteriúria é mais comum em mulheres idosas, chegando a afetar até 50% das mulheres com mais de 65 anos.
- Aproximadamente 30% das mulheres com bacteriúria assintomática desenvolvem infecção urinária sintomática em um ano.
A bacteriúria é um achado comum, mas nem sempre requer tratamento. O diagnóstico preciso, com a realização da urocultura e a avaliação clínica detalhada, é fundamental para determinar a conduta adequada. A urologia moderna oferece abordagens inovadoras para o tratamento, quando recorrente, visando identificar e tratar as causas subjacentes.
Se você tem dúvidas sobre a bacteriúria ou outros problemas urológicos, não hesite em buscar ajuda profissional.
Clique aqui e agende uma consulta comigo para que possamos avaliar o seu caso e encontrar a melhor solução para você.